15 março, 2007

Marcos

Você caminha pelas ruas buscando novos amores, sabores diferentes da mesma maçã para saciar seu paladar; mas, ao fim do dia, se sente tão vazio que tem vontade de chorar. Não consegue encontrar abrigo nas velhas canções que outrora agitaram sua vida. Parece que sua busca pela felicidade terminou na primeira pedra em seu caminho, nas primeiras mudanças dos ventos, na primeira vez que sentiu os pingos de chuva acariciarem sua pele bárbara.
Você tinha planos, tinha as mais belas donzelas ao seu alcance -você tinha quase tudo que queria- mas foi infeliz. Hoje folheia velhos papéis em branco tentando escrever uma carta de amor, mas as mãos não conseguem retratar o que não há no coração. As mãos não mentem. Você foi ao longe e de lá sentiu-se superior, então caiu com sua própria sombra na solidão, no abismo que todos nós criamos durante esta vida.
Meu amigo Marcos, o que há de errado com você?

Um comentário:

  1. Digno da mais séria reflexão, por parte de todos nós. O que há conosco? Até onde vamos, mas "aonde" esse "onde" nos leva? O que, afinal, resta? Como não permitir que o coração se resseque e torne "árido", mas que se mantenha abundantemente irrigado? Minha solidariedade a "Marcos".

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