24 maio, 2010

Da imbecilidade - Valter A. Rodrigues

Não temo a inteligência humana. Já a imbecilidade humana me aterroriza. Se a inteligência não constitui uma ameaça, por suportar o diálogo e a crítica, a imbecilidade é destrutiva, por supor-se verdadeira. A imbecilidade é arrogante, a inteligência é humilde. Por isso a inteligência avança, revê seus princípios, se revitaliza a cada novo saber que encontra. E a imbecilidade, com suas certezas, vê em qualquer avanço uma ameaça, em qualquer novo saber a possibilidade de deslocar-se de sua certeza. Ninguém mais desejoso de segurança que um imbecil.
Quem adere à verdade, ou busca ansiosamente uma? Em contrapartida, quem transita pelos discursos do mundo, os frequenta e aprende a rir deles? A inteligência ri, como princípio, não daquele que busca saber, e sim do que busca desesperadamente instituir-se ou valer-se do instituído para legitimar-se. O homem inteligente é sempre um clown entre sizudos doutores. E é bom que seja visto assim.
Contrapartida de meu terror (e sua justificativa):
Nada aterroriza mais a imbecilidade que a inteligência humana. Que ela seja identificada a uma certa loucura, a uma certa incipiência, para não ser rapidamente eliminada, chega a ser uma estratégia, não só de sobrevivência, mas de construção de territórios mais ou menos viáveis, embora sempre finitos. A imbecilidade pretende-se eterna, a inteligência sabe-se provisória. A primeira adere, a segunda não cessa de descolar-se de si mesma.

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11 maio, 2010

Torna a Surriento - Ernesto de Curtis (por Pavarotti)


The Essential Pavarotti (DVD)
Royal Gala Concert - Royal Albert Hall
Royal Philharmonic Orchestra
Conductor Kurt Herbert Adler
Recorded in April 13th 1982


Viede 'o mare quant'è bello
Spira tantu sentimentu
Comme tu a chi tiene mente
Ca scetato 'o fai sunnà,
Guarda guà chisto ciardino;
Siente, siè, sti sciure arance:
Nu prufumo accussi fino
Dint'o core se ne va...
E tu dice: "Ìparto, addio!" bis
T'alluntane da stu core... bis
Da sta terra de l'ammore bis
Tieno 'o core 'e nun turnà? bis
Ma nun me lassà, bis
Nun darme stu turmiento! bis
Torna a Surriento, famme campà! bis

Serviço de utilidade pública

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Meu anjo lindo




Seu sorriso é o que de mais belo meus olhos já puderam alcançar,

quando um tanto tímido reage às minhas palavras de afeto.

Não há pele alva mais sedosa que aquela tocada por meus dedos,

na tentativa de acariciar seu corpo enquanto imagino estar na presença

de um anjo enquanto dorme.

Volumosos fios de cabelo numa tentativa ciumenta de se oporem aos nossos lábios

quando, pela cruel distancia imposta pelo tempo, anseiam dissipar a angustiante

saudade e o insaciável desejo de amar.

Sua preocupação para comigo, suas cartas de amor acumulando-se sobre

minha mesa ao aguardo da minha atenção; suas ligações nem sempre

prestativamente atendidas... Minhas perpétuas desculpas.

Meu incalculável amor por ti, pequena.

Meu incalculável amor por aquela que prostrou diante meus céticos olhos a

possibilidade de haver ainda coisas boas além do horizonte, ao alcance das mãos.

Deus, perfeito ao criar-te.