17 outubro, 2006

Nosso mundo digital

Hoje não chamamos nossos amigos para tomar um café em nossa casa, nossos parentes queridos há muito que não nos vizitam como antigamente. Nosso amor que distante está à serviço já não nos abraça mais, não sentimos mais seus doces beijos e suas palavras não se fazem mais ouvir com a brisa. Estamos todos em frente ao PC.
Trocar momentos queridos de proximidade por bits trafegando pelo ar, ou em cabos de altíssima velocidade, é uma constante em nossas vidas. Os messengers estão tomando o lugar do futebol de domingo, do chá das cinco, do jogo de truco com mesinha improvisada, e tudo isso parece ser tão normal... o resultado disso são famílias desestruturadas, pois -ninguém se conhece sob o mesmo teto- , amizades cegas, caminhos desvirtuados, solidão. Se a energia acaba, se o sistema não liga, se o passeio não inclui uma parada em um cyber café, vem a solidão. Vem a depressão.

Você já abraçou seu irmão hoje? Já disse à sua mãe que a ama muito? Já chamou seu pai para ler contigo um bom livro? Ainda joga futebol com seus amigos de infância?

O mundo digital está construindo uma barreira entre os primatas.

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