28 agosto, 2009

No ponto de onibus




No onibus a caminho do serviço, às 6:25 da manhã, enquanto saboreava o melhor da música erudita nas ondas da 'Brasília Super Radio FM, 89,9Mhz' me deparei com algo que já vivenciei na pele, agora do lado de fora do onibus: dormindo em um ponto de onibus, todo encolhido pelos 15º que fazia neste horario, um homem sem muita roupa.
Lembrei de imediato as casas em construção que tantas e tantas vezes foram meus abrigos, os 'quartinhos' de fazer xixi do lado de fora de muitas casas foi meu dormitorio tantas e tantas vezes. Em momentos fui acordado aos ponta-pés por policiais inescrupulosos que batem antes de perguntar. Em outros fui vitima do frio paranaense implacável que beirava os 5º pela madrugada; caminhava pelo asfalto pouco iluminado da BR que corta a frente de Castro, a pequena cidade onde morei quando isto tudo aconteceu.
Pode-se dizer, sem exageros, que Castro me proporcionou os melhores e piores momentos da minha vida. Sim, pois nesta cidadezinha que parece ter parado no tempo conheci as trevas e saí -quase- ileso disso tudo. Conheci a maldade nas ruas sangrentas e nos olhos de uma 'mãe' que só fazia me humilhar, como se eu não tivesse desbravado o meio de suas pernas ao encontro da luz como fizeram seus outros 6, depois de nós 6 (sim, tenho 11 irmãos por parte de mãe e pai, mais 6 por parte apenas de pai.). Conheci o respeito verdadeiro pelas palavras confortantes de profª Suzanne, do colégio Cavannis, de Charton Stella, das aulas de jardinagem e também dos ensinamentos de vida. Luciano Christoforo, psicologo que acompanhava minhas neuras adolescentes, Lea e Suzana, psicologa e ass. social que me deram suporte enquanto no abrigo para menores estive por quase 4 anos. E outros mais e poucos que me ajudaram a não acabar minha história prematuramente.
Pois bem; olhei aquela cena do homem encolhido e praticamente revi meus momentos de angustia quando, fedido e com feridas purulentas por mais de semanas sem um banho e magro por tempos e tempos sem uma refeição correta e balanceada. Me senti contente por estar melhor nos dias de hoje.
Faço um pedido a você, caro leitor, para que ao verificar um mendigo nas ruas encolhido com frio, não o maltrate, não o olhe com desprezo. Passei por isso, sei o quanto dói ser olhado com nojo, olhares inquisidores e reprovativos. Aquele mendigo que hoje dorme nas calçadas amanhã, quem sabe, pode ser o homem que assinará seu contracheque, que educará seus filhos na escola, que apontará uma revolver carregado contra sua cabeça e não exitará apertar o gatilho.
Pense nisso.

17 agosto, 2009

Don't leave me now - Pink Floyd




Oooh babe
Don't leave me now.
Don't say it's the end of the road.
Remember the flowers I sent.
I need you, babe
To put through the shredder
In front of my friends
Oooh Babe.
Don't leave me now.
How could you go?
When you know how I need you
To beat to a pulp on a Saturday night
Oooh babe,
Don't leave me now.
How can you treat me this way?
Running away.
Oooh babe,
Why are you running away?
Oooooh babe!

27 julho, 2009

When we are enough for anyone?





Quando somos suficientemente bons para os outros? Por quanto mais tempo teremos que quebrar nossos próprios recordes, superar nossas limitações, abrir mãos de nossas asas para outros poderem voar? Lutar, lutar, e sempre ficar a sensação de perder, perder.
Nunca seremos bons o bastante para quem está ao nosso redor? Seremos fadados a sorrisos falsos, palavras hipócritas e olhares inquisidores mesmo quando damos o melhor de nós mesmos? Será que nada mudará em nossas vidas?

24 julho, 2009

Incoerências II




Preste atenção a tudo o você faz; não permita ser enganado pelas suas ações, não deixe a vida te engolir por inteiro. Acorde bem cedo, alimente-se bem, aceite a condição de alguém (mais um, na realidade) que no final irá morrer também.
Acabe seus escritos, resolva as equações que estão por resolver, abrace pessoas que você nem conhece, ainda que te achem louco. A nossa loucura nada mais é que a incapacidade dos outros terem as mesmas atitudes que temos. Permita-se sorrir um pouco mais. Permita-se -realmente- viver a vida como deveria ser nos roteiros e nas convenções.


Ps.: Imagem http://i.olhares.com

22 julho, 2009

Incoerências




Num primeiro instante seu olhar entorpecido parecia ainda mais belo que de costume. Aqueles lábios rosados, vivos, suculentos em uma boca que balbuciava algumas sílabas disconexas... uma visão do paraíso. A pele macia, alva, seus pelos loiros ouriçados pela leve brisa que lambia seu corpo nú, meus olhos observando cada instante da agonia muda deste ser tão belo.
Aos poucos a razão veio e com ela, como se chegasse de carruagem, um medo quase mortal. Suas pupilas pareciam dois grandes buracos de perdição onde qualquer um poderia se perder sem querer se achar. Surgiu o primeiro berro seco que ecoou por todo cômodo, ricocheteando pelas paredes antes de adentrar em minh'alma.
As palavras ásperas me excitavam a cada instante mais e mais. As perguntas sobre o motivo daquilo tudo eram muitas, e por assim serem soavam repetitivas, desnecessárias, inoportunas. Os pedidos de anistia surgiam de igual maneira e, se não me falha a memória, percebí uma gota lacrimal escorrer em seu belo rosto de porcelana chinesa quando seus olhos fitaram o reflexo da minha faca em suas pernas. Eu apenas sorri.
Me aproximei daquela obra magnífica de um deus que a tudo vê e acariciei seus cabelos lisos com a ternura de uma mãe que consola seu filho que perdera seu barquinho de papel na enchurrada. Lábios finos se tocavam em movimentos frenéticos; medo, frio, desespero. Alcancei seus seios, nem pequenos nem grandes, nem moles nem duros, jovens. Ergui meu punhal e iniciei alguns riscos pelos seus braços, enquanto a ouvia berrar desesperadamente. As linhas díspares tingiam a sedosa pele com uma cor escarlate, um vermelho cor-de-vida! Vida que começa a acenar para nós dizendo adeus desde o primeiro momento em que dizemos nada além de choros convulsivos, presos por um cordão imundo a outro ser que, pela regra, tem nosso domínio. Pressionei o punhal com maior precisão e encontrei um material rígido meio acinzentado, banhado em líquido quente e espesso. Pensei que ficaria surdo pois minha querida linda quase ficava afônica devido aos seus gritos desesperados.
Tracei uma linha reta em conformidade com a linha do seu umbigp e enfiei minha arma. O sangue escorria como catarata daquele enorme ferimento então beijei-a como jamais beijara alguém ou algo em minha pobre existência. O doce-amargo do sangue em sua boca e a sensação única das lágrimas a enxarcar seu rosto era explendoroso. Neste momento minha querida dava sinais de fraqueza e por alguns instantes eu perdí sua pulsação e a respiração que antes era ofegante, desritimada, era então inexistente. Abracei seu corpo ainda quente, embora imóvel, inanimado, e chorei. Limpei com a língua os vestigios de sangue residentes em seu rosto, deixando-a com a mesma beleza de quando a encontrei pela primeira vez, no colégio primário, onde costumávamos brincar de pega-pega todos os dias. Então olhei para ela uma última vez mais e parti.


*Imagem retirada do link http://jaeh.wordpress.com/2007/05/20/como-design-tudo-fica-mais-divertido/

29 junho, 2009

Moments

Relatos & Tempos que se passam

Um homem murado dentro de mim mesmo, repleto de regiões de solidão. Inacessível aos olhos de todos, incompreensível à própria percepção e entendimento. Buscando abraçar o mundo sem lembrar, reparem só, de sorrir para mim no espelho. Enclausurado pelos desejos de seguir adiante, reencontrar os destinos naturais de um ser que é imortal enquanto se julga forte. Padeço de um mal maior, sofro de dores que não sangram; morro quando deveria lutar para viver.Fechado nesta penumbra jamais expandirei meus horizontes, jamais alcançarei o topo da escada enquanto prosseguirem a puxar meus pés, derrubando não apenas meu corpo, mas tudo o que sou. Essa solidão é um revólver que porá fim à minha vida sem precisar d’outras mãos para dispará-lo.

Tempos que se passam, momentos perdidos,
diários rabiscados, vozes que não calam,
lembranças insuportavelmente inesquecíveis.
Fragmentos de uma história retorcidos.

Vontade de voltar, seguir as próprias pegadas deixadas no caminho. Reescolher caminhos.
Silenciar mudas paredes de concreto que não choram a perda de tesouros inestimavelmente sagrados, redescobrir vales ensolarados no entardecer. Despir trajes de guerra, despir trajes da morte.
Solidão de algodão, móveis rústicos de hipocrisia, alarmes falsos e insuportáveis, discrepâncias absolutas no abstrato coletivo. Viver ou morrer? Miver ou vorrer? Difícil escolher.

Café amargo, trago de cigarro, olhares vazios ao redor. O mundo é uma caixa repleta de frustrações. Cada um de nós, uma galáxia.


28 abril, 2009

Sem vaselina!




Gooooooooolllllllllll..... é do Ronaaaaaaalllddoooooooooooo!!!!!
Fenômeno que é, não pára de fazer gols pelo aclamado e amado Corinthians. Exemplo de garra e amor pelo que faz -e faz muito bem!, Ronaldo mostra mais uma vez para todos que está em mais uma subida meteórica na sua carreira. Gols, dribles desconcertantes, alegria em campo.
Era deste futebol bonito que o Brasil carecia. Parabéns, Ronaldo.

*O título deste postfaz referência à tablóides esportivos argentinos, e sua denominação da vitória do Corinthians com 2 gols de Ronaldo, no último domingo, dia 26.

**Depois de 3 meses sem nenhum post, tanto tempo mais sem nada novo de minha autoria, não poderia deixar de recomeçar em grande estilo. Em estilo fenomenal!

26 janeiro, 2009

Diga 'sim' para o Brasil... Como?



Bom dia, amiguinhos.
Depois de séculos e séculos (é que estou trabalhando pra caramba... saio cedo, chego tarde!) atualizo este blog com meus pensamentos.
Hoje, enquanto vinha para meu serviço no coletivo, vim o trajeto todo ouvindo um´estilo de música que, sinceramente e me perdoem os que gostam, desaprovo e desgosto: o forró.
For all
For all
For all
Não é o fato da musicalidade -apenas- que me desagrada neste estilo musical, mas também as letras. O que é aquilo?!!?!? O que é isso!?!?!?! Um apelo absurdamente desnecessário ao ato sexual, aos valores deturpados... Não fosse só isso, ainda temos que aturar os 'funks' com sua falta de vergonha (e roupa...) e excesso de frutas (melancia, jaca, melão, morango...). Tudo pra se ganhar dinheiro, conseguir seus 15 minutinhos de fama e só. Acabou.
Não, não acabou não!!! A herança cultural são nossos jovens que, ainda criancinhas, saem dançando estas idiotices como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Diga 'sim' para o Brasil. Como?!?!?!

"Meu pintinho amarelinho, cabe aqui na minha mão..."

Aí me acusam de quadrado, por ouvir musicas da década de 50, 60, 70, 80. Vou me render ao 'sistema'? Nunca!


Como já dizia Renato Russo, "... que se faça o sacrifício e cresçam logo as crianças."

13 janeiro, 2009

My mother is down!




Hospitalizada desde o último sábado, ela não suportou os quase 30 anos de tabaco e álcool e sucumbiu a um infarto agudo do miocárdio pela manhã de ontem, dia 12. Deixa 5 filhos do 2º casamento órfãos, uma vez que o pai dos pequenos falecera ano passado. Apenas um é maior.


Esteja em paz.

29 dezembro, 2008

Bohemian Rhapsody (Freddie Mercury)




Isso é a vida real?
Isso é só fantasia?
Pego num desmoronamento
Sem poder escapar da realidade
Abra seus olhos
Olhe para o céu e veja
Eu sou apenas um pobre menino,
Eu não preciso de nenhuma compaixão
Porque eu venho fácil, fácil vou
E possuo altos e baixos
De qualquer jeito que o vento soprar,
Isso realmente não importa pra mim, pra mim

Mamãe, acabei de matar um homem
Coloquei uma arma em sua cabeça
Puxei o gatilho, agora ele está morto
Mamãe, a vida acabou de começar
Mas agora eu vou ter que jogar tudo fora
Mamãe, ooo
Não foi minha intenção te fazer chorar
Se eu não estiver de volta a esta hora amanhã
Continue, continue,
Como se nada realmente importasse

Tarde demais, chegou minha hora
Sinto arrepios em minha espinha
Meu corpo está doendo toda hora
Adeus a todos - eu agora tenho que partir
Tenho que deixar todos vocês para trás
E encarar a verdade
Mamma, ooo - (de qualquer maneira o vento sopra)
Eu não quero morrer
Às vezes eu desejo nunca ter nascido

Eu vi uma pequena silhueta de um homem
Palhaço, palhaço você fará o fandango
Trovões e relâmpagos - me assustam muito
Gallileo, Gallileo,
Gallileo, Gallileo,
Gallileo Figaro - magnífico;

Mas eu sou apenas um pobre menino e ninguém me ama
Ele é só um pobre menino de uma pobre família
Poupe sua vida desta monstruosidade
O que vem fácil, vai fácil - você vão me deixar ir?
Em nome de Deus! Não - nós não o deixaremos ir –
Deixe-o ir
Em nome de Deus! Nós não o deixaremos ir - deixe-o ir
Em nome de Deus! Nós não o deixaremos ir - deixe-me ir
Não o deixe ir - deixe-me ir (nunca)
Nunca deixe-o em vão - deixe-me ir
Nunca deixe-me em vão – ooo
Não, não, não, não, não, não, não –
Oh mamma mia, mamma mia, mamma mia deixe-me ir
Belzebu, tem um diabo reservado pra mim
pra mim?
pra mim?

Então você acha
Que pode me parar e cuspir em meus olhos?
Então você acha que pode me amar
E me deixar morrer?
Oh baby - não pode fazer pra mim, baby
Apenas saia –
Apenas saia logo daqui!

Ooh yeah, ooh yeah
Nada realmente importa
Qualquer um pode ver
Nada realmente importa
Nada realmente importa pra mim

E de qualquer forma o vento sopra...



22 dezembro, 2008

Então, é Natal...


Comer peru, beber 'champanhe' (puts...), aguentar parentes chatos que não se vê há décadas, vizinhos insuportáveis com um estonteante sorriso nos lábios, propagandas do tipo 'eu não perco venda!'...
Então, é natal...
Sorte do orkut: Se você comer muito no Natal vai acabar passando mal!!
O importante é que o ano novo vem aí; cheio de repletas possibilidades de ser feliz. Eba!
(momento lunático)
E o salário, óó...

Abraços

26 outubro, 2008

Informalidades

Acordamos pela manhã mas, alguém sabe por qual motivo estamos em pé? Qual será nossa outra parte prometida, quais serão os momentos alegres e até duradouros? Quem nos machucará com palavras ásperas ao entardecer? Tantas promessas, tantos beijos em vão, tantas pessoas a caminhar sem saber ao certo para onde vão.

Mas há um Deus superior a tudo isso; um Deus de amor incondicional que a tudo vê, a tudo provê seu carinho celestial. E há fome, há tragédias nucleares, há abismos e correntezas de sangue a correr sob o leito do ódio e da desigualdade.

Nos deitamos a noite sem olhar para trás, sem agradecer pelas conquistas, sem agradecer ao próximo pela mão estendida no momento difícil. Sem agradecer por passar quase ileso a mais um dia de solidão mórbida. Queremos repousar a cabeça e fechar os olhos com a certeza do que é certo; apenas conseguimos pesadelos.

Abra seu coração, alerte seus olhos. O fim ainda demorará, caminhe um pouco mais.

15 outubro, 2008

Friends will be friends...

Friends will be friends
Another red letter day,
So the pound has dropped and the children are creating,
The other half run away,
Taking all the cash and leaving you with the lumber,
Got a pain in the chest,
Doctors on strike what you need is a rest.
It's not easy love, but you've got friends you can trust,
Friends will be friends...

17 setembro, 2008

I want to break free

I want to break free
I want to break free
I want to break free from your lies
You're so self satisfied
I don't need you
I've got to break free
God knows, God knows
I want to break free
I've fallen in love
I've fallen in love for the first time
And this time I know it's for real
I've fallen in love, yeah
God knows, God knows
I've fallen in love
It's strange but it's true
Hey, I can't get over the way you love me
like you do
But I have to be sure
When I walk out that door
Oh how I want to be free, baby
Oh how I want to be free
Oh how I want to break free
But life still goes on
I can't get used to living without, Living without
Living without you by my side
I don't want to live alone, hey
God knows, got to make it on my own
So baby can't you seeI've got to break free
I've got to break freeI want to break free, yeah
I want, I want, I want, I want to break free
Ooh yeah
I want to break - yeah yeah

06 setembro, 2008

Tudo se move, tudo dá voltas




Abandone a luta, jogue a toalha e admita: você não ganhará de forma alguma.

Não levante a cabeça; o sol não mais raiará perfeito e imponente num longínquo horizonte tortuoso. Esqueça as batalhas vencidas, deixe o saudosismo para lá e admita: você não ganhará de forma alguma.

Esqueça das palavras amigas, esqueça também dos 'amigos', deixe que na pantomima os fatos irreveláveis - irreleváveis se escondam. As janelas se fecham na escuridão e você grita numa reverberação muda enquanto tudo se move, tudo dá voltas.

Deixe para lá, as águas jamais mudarão seu curso e o vento já não bate mais. A chuva cai fina, mas já não importa. Não neste momento.

Abandone a luta, deixe o saudosismo para lá e admita: tudo se move, tudo dá voltas.

09 agosto, 2008

The show must go on!


"I have to find the will to carry on..."

01 agosto, 2008

Good bye blue sky, good bye




"...não deixe certas coias apagarem do seu coração a esperança de que algum dia pode mudar, pode melhorar..."


Agradeço o carinho, mas meu anjo, sinceramente não creio em mudança alguma (para melhor). As pessoas estão se destruindo, destruindo os outros, destruindo tudo! Ninguém para pra pensar na gravidade dos seus atos, ninguém para para refletir se o amanhã pode ser melhor; todos dizem "um dia tudo muda" mas não fazem nada para isso acontecer!!

Fica difícil acordar todos os dias sabendo que há séculos um bando de inúteis se arrasta sobre um chão imundo, discutindo coisas banais, não discutindo nada. Não têm nada novo, é tudo velho, acabado, idéias retrógradas, atos trôpegos. Onde está a juventude que mudaria isso tudo? Onde está o poder nas mãos dos jovens? Parece que todos ficam apenas babando em frente a TV para ver se a Mariazinha vai mostrar a bunda na novela, ou hipnotizados ouvindo Fresno, Nxzero e afins. Tati quebra barraco e seu fogão, olimpíadas, copa do mundo... Um bando de inúteis construindo troféis inúteis para outros inúteis como se fossem reis supremos de algo.

Leiam, trabalhem, estudem a história e continuem escrevendo a história com trechos mais louváveis para, daqui há 30, 50, 100 anos as pessoas leiam coisas boas, e não apenas tragédias.

Estamos matando o mundo, matando nós mesmos.


29 julho, 2008

Berros no ventilador



Fica difícil acreditar em coisas boas na nossa atual situação. Não é que as coisas mudaram completamente e precisamos nos adequar aos novos parâmetros impostos por pessoas que tentam ficar à margem destes parâmetros; mas que na hipocrisia se mostram com capa branca de cetim e pétalas vermelhas nas mãos.
O pior de tudo isso, se é que dá pra enumerar algo em ordem neste catálogo de impossibilidades e limitações, é que minhas costas não param de doer. E eu fico aqui, com uma cara linda de quem está achando tudo uma maravilha mas não tá; de quem acha que o vento sopra pra direita pelo fato dele não ter que soprar pra esquerda. Entendem? Sinceramente eu preciso de uma morfina com urgência.
As pessoas estão mentindo mais, as coisas que antes eram de um jeito agora estão completamente diferentes, o consumismo cresce desordenadamente ao passo que todo mundo diz que não tem poder aquisitivo. É tudo uma farça. Pessoas se abraçam, juram amor eterno e na noite que se sucede ao casamento estão dormindo com o vizinho, a vizinha. Não existem valores morais, valores éticos, nesta sociedade atual.
Aí fica um bando de gente lendo meu blog achando a coisa mais linda do mundo, ou então ficam alguns idiotas mandando "aumente seu pênis"... "emagreça com saúde"... e não param para pensar em suas vidas, em quê irão fazer para salvar suas vidas.
E minhas costas me matando, já não fosse a sinusite.



16 julho, 2008

21 anos de um primata


Sexta-feira, dia 18, completo 21 anos. Como é de se esperar de um canceriano melancólico e besta, não sou adepto de festas nem nada. Para mim é um dia comum, sem algo de especial, sem bolos, presentes, alegria e festividades. Só pelo fato de uma pessoa estar acrescentando em sua bagagem um ano a mais de vida é preciso fazer festa? Creio que não.
Mas não vamos nos ater a estes fatos, pois sei que aparecerá alguém dizendo "...é conversa, ele diz isso só pra que os outros fiquem com peninha e façam uma festinha...".
21 anos, muitas histórias, alguns acertos, alguns erros, muitas feridas. Em mim e nos outros. Não estou realmente contente em fazer 21 anos e ter quase nenhuma perspectiva para o futuro. Morro um pouco mais a cada dia e não é absurdo julgar que dentro de uns 10, 20 anos eu já nem esteja mais por aqui para vos falar neste blog. Sou muito desleixado comigo mesmo, desde quando era ainda um "menininho de calças curtas". Não vejo importância em cuidar da aparência, tem dias que acordo inimigo do mundo. Meus dias são tão um lixo que sinceramente já quis inúmeras vezes dormir e não acordar mais.
Acho que não se pode querer muito mais da vida, embora muitos me digam que sou um vencedor por tudo que passei desde revirar lixeiras para obter alimento até onde estou hoje, que sou um poeta romântico apaixonado pela vida só porque escrevo meia-dúzia de bobagens bonitas e gosto de música erudita. Parece besteira, parece coisa adolescente, parece mentira mas há muito tenho estado cansado. Há muito tenho acordado, olhado para os lados e pensado "que merda, mais um dia". Há muito vejo pessoas na mesma situação que eu vencendo na vida, me fazendo me senir um lixo maior ainda. Há muito percebo nos olhos das pessoas um cansaço esquisito, uma dor que contrasta com os largos sorrisos que tentam esconder um desconforto maior por dentro. Há muito olho no espelho e não enxergo nada.
Não, não sou otimista, não sou favorável às coisas boas da vida. Elas já passam a metros de distância de mim.
Parabéns pra você, e não pra mim, por se dispôr a ler estas baboseiras infames.

"Não é melancolia, é que aqui não é a dança da garrafinha, são dois extremos... nós somos alegres mas nós não somos felizes, existe toda uma melancolia e uma saudade portuguesa, que a gente herdou dos portugueses, que a gente nem começou a resolver..."

"O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus."