16 julho, 2008

21 anos de um primata


Sexta-feira, dia 18, completo 21 anos. Como é de se esperar de um canceriano melancólico e besta, não sou adepto de festas nem nada. Para mim é um dia comum, sem algo de especial, sem bolos, presentes, alegria e festividades. Só pelo fato de uma pessoa estar acrescentando em sua bagagem um ano a mais de vida é preciso fazer festa? Creio que não.
Mas não vamos nos ater a estes fatos, pois sei que aparecerá alguém dizendo "...é conversa, ele diz isso só pra que os outros fiquem com peninha e façam uma festinha...".
21 anos, muitas histórias, alguns acertos, alguns erros, muitas feridas. Em mim e nos outros. Não estou realmente contente em fazer 21 anos e ter quase nenhuma perspectiva para o futuro. Morro um pouco mais a cada dia e não é absurdo julgar que dentro de uns 10, 20 anos eu já nem esteja mais por aqui para vos falar neste blog. Sou muito desleixado comigo mesmo, desde quando era ainda um "menininho de calças curtas". Não vejo importância em cuidar da aparência, tem dias que acordo inimigo do mundo. Meus dias são tão um lixo que sinceramente já quis inúmeras vezes dormir e não acordar mais.
Acho que não se pode querer muito mais da vida, embora muitos me digam que sou um vencedor por tudo que passei desde revirar lixeiras para obter alimento até onde estou hoje, que sou um poeta romântico apaixonado pela vida só porque escrevo meia-dúzia de bobagens bonitas e gosto de música erudita. Parece besteira, parece coisa adolescente, parece mentira mas há muito tenho estado cansado. Há muito tenho acordado, olhado para os lados e pensado "que merda, mais um dia". Há muito vejo pessoas na mesma situação que eu vencendo na vida, me fazendo me senir um lixo maior ainda. Há muito percebo nos olhos das pessoas um cansaço esquisito, uma dor que contrasta com os largos sorrisos que tentam esconder um desconforto maior por dentro. Há muito olho no espelho e não enxergo nada.
Não, não sou otimista, não sou favorável às coisas boas da vida. Elas já passam a metros de distância de mim.
Parabéns pra você, e não pra mim, por se dispôr a ler estas baboseiras infames.

"Não é melancolia, é que aqui não é a dança da garrafinha, são dois extremos... nós somos alegres mas nós não somos felizes, existe toda uma melancolia e uma saudade portuguesa, que a gente herdou dos portugueses, que a gente nem começou a resolver..."

"O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus."

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