30 agosto, 2012

Garatéia (parte II)


Tem dias que um abraço carinhoso pode salvar sua vida, espantar de vez os fantasmas que assombram seu caminho. Um olhar terno, o simples fato de estar e mostrar-se importado é o bastante, mas palavras aquecem corações feridos. Demonstrar afeto, demonstrar necessidade de vê-lo diferente, como outrora. Alguns dias carregam consigo um misto de incertezas, dúvidas, medos de tempestades passadas voltarem para destruir plantações inteiras. O vento parece soprar forte uma vez mais e as núvens se mostram nebulosas no céu de brigadeiro.
Não é a tristeza pelo simples fato de sê-la, mas uma rajada de dúvidas, questionamentos, solidão eloquente que castiga a alma. É o vapor da chaleira, a brisa do mar que congela à beira da praia. Não se sabe dos caminhos, não se sabe das intenções, não se sabe das verdades ou dos motivos de fugir tanto assim, não se sabe das formigas que carregam seu enorme alimento para não conseguir guardá-lo em sua toca.
A água caminha por sobre as pedras, traça seu destino vigorosamente sem se importar com adversidades no seu trajeto. Simplesmente vai, pois sabe que chegará em algum lugar, chegará em seu destino. O vento transborda força e percorre pirâmides, molda aquilo que se opõem ao seu caminho. E vai, simplesmente vai.

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