23 agosto, 2012

Amor, ou o Vale Perdido



Olho pela janela, avisto crianças brincando de bola na rua enquanto saboreio minha xícara de café. O céu e toda sua escuridão assemelha-se à minh'alma, uma vastidão sem fim onde estrelas brilham pelo tempo que julgam necessário e se vão, deixando apenas tristes recordações de uma luz que brilhou tão verdadeira outrora, não brilha mais. A fumaça do cigarro, velho amigo e companheiro de noites melancólicas, traça caminhos no ar, bailando numa dança disconexa, sem rumo e sem sentido. Assim como meu coração.
Retorno ao meu interior, busco retratos daquela que se foi para outros braços, para outras bocas, desistiu do meu verdadeiro amor; talvez por capricho, talvez por não saber amar. Quem sabe? Lágrimas perfilam meu rosto, busco esquecê-la mas, por Deus, é tão difícil... Os momentos que passamos juntos, nossas risadas por bobeiras, os abraços que pareciam fazer o tempo parar para o mundo todo observar nosso amor, tudo se perdeu. Ela preferiu os braços de alguém que não sou eu. A crueldade é esta escolha ter sido feita enquanto nos abraçávamos e jurávamos lealdade.
Olho para as paredes vazias e vejo seus olhos, fecho os meus e a encontro em meus sonhos. Somos ainda um só, apenas ela não vê isso.
Termino meu cigarro, meu café já está frio. Fico pensando se há de fato o amor.

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