20 agosto, 2007

Fim de tarde

Era um casal jovem, um casal muito lindo. As mãos dadas denunciavam o amor que perdurava havia 2 anos e 8 meses. Ele, um rapaz alto, moreno, olhos verdes e barba por fazer; com traços suaves e doces, ela era a personificação da beleza inigualável. Era um casal jovem, um casal muito lindo.

Combinaram de se encontrar para uma caminhada ao ar livre no fim de tarde, seria bom para colocar a conversa em dia, programar os cânticos do culto na igreja mais pela noitinha, estarem juntos pelo simples prazer de assim estarem. O sol já estaria fraco e seria ideal para a pele branquinha dela, sempre cuidadosa com seu sem-fim de cremes e protetores. Um dia perfeito.


Encontraram-se quando o sol já ameaçava saudar a lua, beijar o horizonte e despedir-se de todos que no mundo estavam. A suave brisa quase gélida faz com que as pessoas caminhem mais rápido, é bom para o coração. Ela sentiu-se indisposta pouco antes de saírem, mas não desistiu do passeio e tampouco do culto pela noite; seu amado mostrou-se preocupado mas ela, tão amável e sempre feliz, sorridente, disse-lhe 'para não se importar'.


Deram início à caminhada com imensa alegria pelo programa do casal 20 moderno. Em meio a risos, brincadeirinhas de 'pega', beijos, abraços, algumas fotos e, vez ou outra, alguma ligação inoportuna no celular, havia planos mútuos para o casamento dentro de poucos 2 anos. Eles terminariam a faculdade de análise de sistemas neste meio tempo, o que os credenciaria a viverem felizes para sempre, juntos em um apartamento retirado da cidade, longe da poeira, gritaria, tumulto e sujeira da cidade grande.


Mas a face alegre e por ora divertida deu lugar a uma expressão cansada, de dor, uma dor aguda que começou fraca e tornou-se lancinante a cada fração de segundo que custava passar. Sem explicações aparentes, a bela moça caiu ao chão sem o sagrado e único sopro de vida que lhe era seu por direito.

2 comentários:

  1. Olá1
    Legal seu blog!!
    Esse texto foi você quem escreveu?

    Lindo, tem um final triste, mas lindo, escrevi algo parecido a uns 4 anos atrás!
    ^^

    Parabéns!!

    Beijos...

    ResponderExcluir
  2. Acredito no poder da mente. No poder da nossa energia. No poder das nossas emoções.
    Acredito tanto, que tenho "educado" constantemente minha tendência à "ira"; como Wolverine, o personagem dos quadrinhos, já conheci o "frenesi" destrutivo. E não o deixo se aproximar mais, não o alimento, não deixo se configurar em meu horizonte. Ainda há um longo caminho até o apaziguamento total de minhas violentas emoções, mas tenho "domado" a mim mesma sem descanso.
    Digo tudo isso porque minha sugestão é: por que não experimenta exercitar seu bom humor, seu otimismo, jovialidade, alegria? E espantar para longe essa melancolia, pessimismo, tristeza?
    Tenho certeza absoluta de que trará uma felicidade genuína e verdadeiramente maior para sua vida - e para as vidas de todos à sua volta.
    Muitos beijos!

    ResponderExcluir