19 novembro, 2006

Vidas quentes

Sentado na varanda, ele finge estar interessado no grosso livro em suas mãos. A história não é mesmo muito empolgante, mas, para todos os efeitos, uma pessoa compenetrada em um livro sempre passa a idéia de inteligente, culto. A água na garrafinha não chegou nem na metade ainda e já está quente.
Bosta!
O calor é insuportável até mesmo para intelectuais de fim de semana.


O telefone toca, mas não é preciso se levantar para atender, saber quem é. Quem quer que seja ligará de novo mais tarde -se for importante- quando ele estiver deitado no sofá hipnotizado pela TV. 3 ou 4 metros é uma distância considerável quando se está lendo um livro grosso e importante na varanda, enquanto se toma uma água quente.

Um comentário:

  1. Fala meu camarada... deu uma "virada" geral...
    O inconformismo é o mesmo. Mas, sabe, todos temos nossos dias de varanda com um livro e água quente...
    O importante é nunca deixar o marasmo tomar conta....

    um abraço.

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