08 dezembro, 2006

Meu momento



Tenho tanto para escrever, as idéias borbulham e a chaleira apita. Mas as palavras, tímidas, teimam em se esconder, brincar comigo de um jogo cruel que tanto me deixa confuso, inquieto, impassível.
A tela do computador ilumina as brancas e tristes paredes do quarto enquanto eu, mesclado às paredes, vejo as horas passarem, as idéias fluírem, o papel em branco. Meu Deus, o que há de tão equivocado neste momento? Será que o apreço pelas letras se foi junto às folhas secas com o último vendaval? Desde então minhas rimas são pobres -não que fossem ouro, não senhor, não tanto- e minhas idéias se recusam a ganhar formas sobre as árvores industrializadas em minha frente. É como ter o rio diante dos olhos e morrer de sede.

Não se deve apressar a inspiração.

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